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sábado, 27 de fevereiro de 2010

POEMA XXX

Há uma inquietude na densa noite que se estende,
é como se me fosse dito o sinal dos tempos,
este que encerra em seu bojo o último suspiro,
nos conduzindo,
quiçá cavalgando os ventos,
ao portal da casa de Deus,
onde prostraremos em fé o jorrar dos nossos arrependimentos.

Fico atinando minha existência,
esperando encontrar nos caminhos percorridos
um pouco mais do que não só inconsequência.

É sábio quem sabe o tamanho da sua pequenez
e jamais se proclama um dos eleitos D'ELE.
Somos todos tão diferentemente iguais,
e no entanto não pouco
se elege o homem num momento louco
aprópria similitude para com o criador.

Olvidados do temor,
amantes acorrentados ao ego,
arrojados e no entanto cegos,
sublimam os passos do desamor,
digerindo em suas vidasnum antepasto cotidiano,
a alegria de sobreviverem a alheia dor.

Há uma inquietude na densa noite que se estende,
o medo se me faz companheiro,
me sorri, matreiro,
dissimulando seu tédio de quem tudo entende,
nas interrogações vertidas em minhas orações.

De que vale o leito de um rio,
se nele não estiver vicejando o verdejar da água?
De que vale a vida de um homem,
se nela não estiver estampada indelével o sobreviver do amor.

É, assim...acabrunhado,
diante desta densa noite que me assusta,
que encontro a resposta as minhas interrogações, sejam quais forem,
singelas, perenes...injustas!

...é o amor coabitado pelo ego?
...é o ego diretriz maior em minha vida?

Se amo, busco e gero...dou e quero!

Venero o jorrar desta aceitação,
e, é em paz, que a madrugada me traz o cantar da passarada,
fica para traz, acoitada, a dúvida fugaz na noite acometida,
em que me encontrei, só e nú, nú e só, diante das minhas realidades...

Aqui, descortino afinal o meu destino,
é preciso a mescla em minha vida,
que eu seja um homem por inteiro,
mas com a alma de um menino.

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Quem sou eu

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Sou Nedi Nelson, como profissional abraço a contabilidade e nesta me realiza a auditoria; como pessoa sempre sublimei ler e escrever, a poesia é lugar comum, hoje vivencio o romancear; como hobby e paixão descobri as orquídeas, o estudo, o cultivo e por fim o descortinar de suas florações..e eis que minha alma transcende o poetar. Viver o entreabrir de uma orquídia me é palco sensível para deixar fluir o poema. A idéia é criar três seções específicas, uma para partilhar a palavra escrita, seja por meio de poemas, contos ou romance, estejam publicados ou não, que venham a ser publicados ou não; outra para cultuar, via fotografias e textos, as minhas orquídeas; e outra para falar de minhas viagens, via fotografias e textos, seja quando a trabalho nos contextos da auditoria, em minhas folgas, seja especificamente a lazer .

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