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sábado, 27 de fevereiro de 2010

POEMA XXIX

O pássaro depredador paíra no ar observando a vítima
e desce num mergulho que surpreende
e mata,
obedece um instinto que toma em si o sentido de ação legítima, chama-se sobrevivência.

Mas o homem...o homem age comandado pelo domínio do ego,
suplantando o raciocínio humano permanece incólume ao apelo servil,
satisfaz todas as suas não tão vitais necessidades,
sem atentar ao pesadelo vívido transcendendo ao seu redor,
sem coabitar este mundo paralelo ao seu,
sem chorar os prantos escorridos dos rostos deformados pela dor.

Situa-se de lado , absorto,
habita e coabita uma solidão,
com a satisfação de um ego alimentado de palavras vãs,
em sintonia com o despropósito do seu inútil conceber..acredita que vive!

Nem percebe quando chora,
nem percebe quando ri,
esta inutilizado para a convivência...

Seus passos são meras continuidades,
geradas pela fria determinação do seu destino,
êrmo,
frio,
siquer há lógica no seu transbordar,
de tal forma que as horas dos seus dias são barrentas
como as de um rio em transe de cheias,
que a tudo aniquila e desrespeita.

...mas, chega o dia,
lhe barram os passos,
lhe prostram ao chão,
e, como o rio controlado entre barragens,
prisioneiro, sem perspectivas,
suas alternativas são provindas do mando.
Este que deixou de ser seu,
tal qual igual ao que o ego concebeu.

Jaz, qual outros jaziam outrora,
vencido, esvaziado do poder,
acompanha a massa populosa dos que tiveram em suas mãos os dons da igualdade
e da irmandade
e não as souberam decifrar.

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Quem sou eu

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Sou Nedi Nelson, como profissional abraço a contabilidade e nesta me realiza a auditoria; como pessoa sempre sublimei ler e escrever, a poesia é lugar comum, hoje vivencio o romancear; como hobby e paixão descobri as orquídeas, o estudo, o cultivo e por fim o descortinar de suas florações..e eis que minha alma transcende o poetar. Viver o entreabrir de uma orquídia me é palco sensível para deixar fluir o poema. A idéia é criar três seções específicas, uma para partilhar a palavra escrita, seja por meio de poemas, contos ou romance, estejam publicados ou não, que venham a ser publicados ou não; outra para cultuar, via fotografias e textos, as minhas orquídeas; e outra para falar de minhas viagens, via fotografias e textos, seja quando a trabalho nos contextos da auditoria, em minhas folgas, seja especificamente a lazer .

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