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sábado, 27 de fevereiro de 2010

POEMA XLI

Há uma consciência querendo dar sua vazão no descomedido do meu viver,
síndrome de desacertos sobrepondo desacertos,
de lascivas paixões se atropelando,
de mercenárias atitudes se coabitando,
de aviltado que me sinto, pleo de tédio,
já não é possível,
tem de acabar esta comédia em que se transformou o jorrar dos meus dias.

É preciso que eu expurgue o deboche destas complexas necessidades
e retorne ao apego de um amor,
único,
verdadeiro, cativo/senhor,
fascinado pelo fato de me transbordar de paz,
de me habituar à paz.

Que reflita em minha alma esta descoberta amena,
é uma semente sutil, pequena,
mas o iniciar de sua nascitude,
fecundada, irradiada, atitude,
me jubila e me acalma.

Sou o ser apaixonado pelo futuro,
há no caminho vindouro uma expectativa de que se abra a concha guardiã dos meus mais plenos sentimentos
e eu retorne ao convívio do amor.

Deixa vir a estrada de pedra, rude,
entre pedras nascem orquídeas, e cactos,
assim tem que ser uma vivência:
macia, apesar das pedras postas no caminho,
por se estar convivendo com as doações
de um cotidiano de renovado carinho.

Orquídeas são alegrias com seus perfumes inebriantes,
com suas delicadas formas femininas;
cactos ainda que tristezas esvaecidas,
encondem abaixo de seus desprentenciosos espinhos 
o sitiar nascituro de belas flores,
é como na vida, a saudade, que nos leva de volta aos nossos amores.

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Quem sou eu

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Sou Nedi Nelson, como profissional abraço a contabilidade e nesta me realiza a auditoria; como pessoa sempre sublimei ler e escrever, a poesia é lugar comum, hoje vivencio o romancear; como hobby e paixão descobri as orquídeas, o estudo, o cultivo e por fim o descortinar de suas florações..e eis que minha alma transcende o poetar. Viver o entreabrir de uma orquídia me é palco sensível para deixar fluir o poema. A idéia é criar três seções específicas, uma para partilhar a palavra escrita, seja por meio de poemas, contos ou romance, estejam publicados ou não, que venham a ser publicados ou não; outra para cultuar, via fotografias e textos, as minhas orquídeas; e outra para falar de minhas viagens, via fotografias e textos, seja quando a trabalho nos contextos da auditoria, em minhas folgas, seja especificamente a lazer .

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