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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Cotidiano Face 25



KARUNA!


...sobre cães!

Hoje faço uma homenagem a todos os amigos cães que já passaram pela minha vida e aos que ainda estão me doando sua fidelidade e comprometida companhia, tudo dão nada pedem, salvo algumas exceções, como a Lua, uma York, que quando quer algo desencadeia churumelas estridentes até ser atendida, ou ouvir um sonoro Não! Sai com o rabinho entre as pernas mas não guarda qualquer mágoa.

Para alguns, guardo um carinho saudoso no meu coração!

Na meninice, o Bataclã, um enorme cão Preto e branco, com pelagem alta, muito parecido com o Pastor Belga...que se afastou de casa para morrer, então na fazenda da familia   pulando uma cerca bem alta, quando sentiu que estava com o vírus da cólera.

Há alguns anos, lá pelos idos de 94, o Guri, um magnífico Pastor de Shetland, que conviveu comigo numa temporada de barrancas no Vacacai, depois esteve com meu pai, e voltou para mim, para ficar cego antes de morrer.

Depois, me encantou o Billy, um York, que me relembrou a energia e entrega com que as pequenas raças nos presenteiam. Morreu de velhinho, mas sempre valente e disposto a encarar qualquer desafio.

No aconchego da minha casa vivem hoje alguns cães, mas, meus, as Yorks, Lua, Star e Mimi, mais uma abusada Luna, filha do Karuna, um Bernesse, com a Lua...pode?!

Mas esta homenagem e saudades é para o Karuna, que se foi, este anjo de quatro patas que esteve entre nós.  
     

                                                                      *

KARUNA

Ei-lo que chega em desabalada carreira, sobejo, elegante e belo,
Sem mesmo conhecê-lo, eis que se joga sobre mim colocando suas patas em meu peito.
Assim se me apresentou Karuna...
Sem quaisquer relutâncias na primeira vez em que o encontrei, no sítio do meu irmão.
Uma identificação de simpatias,
A mim me coube saber que seria fácil amá-lo,
A êle, creio, incondicional confiança na índole do meu coração!
                                  
 Ficou ali, saltitante, dando e recebendo carinhos,
Quando fui embora senti uma tristeza inexplicável,
Nele, quase pude perceber seus olhos toldarem abandono.

Depois deste encontro noutros momentos realimentamos nossas doações,
Bastava chegar no sítio para percebê-lo vir correndo
Concebendo e colhendo amizade!

E não é que chegou o dia...

Soube que ele parecia não estar se adequando aos costumazes afazeres que lhe solicitavam,
Perdia o brilho, em apatias trilhava suas horas, na pele as chagas de uma sarna doentia.

E o dia...que dia?!

O dia do desprendimento e de amável sabedoria,
Veio a mim, como um presente: - Toma tio...êle é teu!
Lêdo engano...a escolha se cumpria, eu é que era dêle!

Éramos então uma família, um homem, uma mulher e uma criança,
Evidente que reconheceu amor incondicional,
De imediato resplandeceu, aceitou a cura pelas nossas mãos,
E se fez alegria constante por abrilhantar nossos dias.

Jamais um ser que acolhesse com restrições,
Aos nossos pequenos cães se fez anjo protetor,
Aos nossos amados parentes e amigos simbolizava acolhimento sem reservas.

Então houve um tempo em que partiu...partiram, na verdade,
Deixando em mim o sufocar de uma tristeza dilatante.
Tantas vezes vi os dias escorrerem por entre meus dedos,
Com um olhar de esperanças no horizonte.

Mas voltou...êle voltou!
Dias, meses, anos, eu o tive na minha vida, de maravilhoso companheirismo,
Em que minha candura se rendeu totalmente amorosa as suas doações.

Karuna...um cão? Não!

Um anjo de quatro patas que me alegrava sem exigências,
Sutilizando em mim as tristezas cotidianas,
Alimentando em mim sorrisos libertos de mágoas e apatias,
Gerando em mim o poderoso sopro da redenção!

Um cão...sim, mas um cão mágico,

Que retemperou em mim o aconchego a vida.
Um cão...sim, mas um cão amor,
Que replantou em mim a crença no bem e no belo,
Nesta nossa tão combalida condição humana.

Agora, com sua partida, na lembrança da sua alegre convivência, feita saudades,
Reacendo a cada dia um acordar feito de mantras em motivação,
Na certeza do quão efêmera é a vida,
 Proponho-me buscar vivê-la em plenitude,
 Agindo com raízes na simplicidade,
Orando em fé aos doares do grande Pai,
Buscando sempre partilhar alegrias espontâneas aos ditames da felicidade!

 
Obrigado Karuna,
por teres partilhado conosco tua mágica alegria!

 
Cascavel – PR, 19/03/2014.

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Quem sou eu

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Sou Nedi Nelson, como profissional abraço a contabilidade e nesta me realiza a auditoria; como pessoa sempre sublimei ler e escrever, a poesia é lugar comum, hoje vivencio o romancear; como hobby e paixão descobri as orquídeas, o estudo, o cultivo e por fim o descortinar de suas florações..e eis que minha alma transcende o poetar. Viver o entreabrir de uma orquídia me é palco sensível para deixar fluir o poema. A idéia é criar três seções específicas, uma para partilhar a palavra escrita, seja por meio de poemas, contos ou romance, estejam publicados ou não, que venham a ser publicados ou não; outra para cultuar, via fotografias e textos, as minhas orquídeas; e outra para falar de minhas viagens, via fotografias e textos, seja quando a trabalho nos contextos da auditoria, em minhas folgas, seja especificamente a lazer .

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