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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Cotidano Face 22


Este texto veio a tona na última sexta-feira, quando estive  durante oito horas em espera no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, quando terminei a escrita, ao relê-lo, percebi que minhas palavras estavam atropeladas de desacertos e fragilidades, consequência dos ditames ultrajantes que colho nas nossas mal facetadas condições humanas. Hoje, pensei comigo mesmo, deixe partir...

Então é ler, havendo paciência e vontade, tentar entender  o recado, desde que seja o mesmo decifrado nas brumas das minhas complexidades hoje...continuo definitivamente adentrando num terreno novo na minha vida, deixando para traz tantas necessidades mediatas para me alimentar de calmaria e bom senso  no simplismo daquele que me entendo construído!

Mas o texto ainda me parece encardido e aturdido em rupturas...mas, enfim, ei-lo absoluto na sua vontade, me disse muito, talvez mais alguém decifre equivalências no bojo das minhas conjecturas.

                                                               *

Você já se fez uma pergunta: - se, nós humanos, somos cabeças pensantes,
porque somos tão erráticos?...ou o termo correto seria errantes?
 E, veja, não um errático/errante no sentido isolado do termo, não!
Opto por errante,
Um errante na amplidão maior que se possa dar ao termo...

Errantes na forma de nos relacionarmos com nossa própria humanidade.
Quantas vezes passamos numa rua qualquer por um irmão atribulado por necessidades quase plenas e o ignoramos,
simplesmente seguimos em frente absolutos vivenciais dos nossos destinos,
e não é que deixamos passar em nossas mentes sentimentos condoídos, santa hipocrisia!

Errantes no nosso convívio com aquela que nos é tudo (sem ela não há sobrevivência),
No momento em que aviltamos os contextos das suas doações para conosco
quando mutilamos seus filhos naturais.

Pobre mãe terra!

Sua natura, maravilhosa essência, inconcebível ausência, nos é vida,
mas ainda assim, por nada, ignorantes  e destrutivos, ceifamos uma árvore sem compaixão.
E por acaso preservamos suas sementes? ...quem dera, somos daninhos,
nossa condição é pendular, e o pêndulo nos leva para a próxima árvore. 
       
Errantes na nossa convivência com nossos irmãos irracionais...tão mais fiéis e amorosos que tantos de nós!
Alguns chamamos de nossos, noutros ceifamos a vida no saciar de fomes,
fosse apenas esta a tragédia e até obteríamos algum perdão, mas há uma perdição,  extirpar é esporte de tantos nós. Haverá como negar? ...são momentos em que nos domina um lado obscuro, negro, e nos transformamos em assassinos daqueles que se rendem a nossa soberania sem nos entender, pudessem falar, certamente, diriam:  - Porque? Porque matar simplesmente pelo prazer de matar, que idolatria te traz este troféu na parede da tua morada?   

Errantes com nós mesmos, nos nossos medos, nas nossas inseguranças, nas nossas soberbas, nas nossas suficiências, ou deixamos a vida passar ao largo encolhidos em nossas conchas, ou atropelamos o bom senso atribulando coexistências.
Estigmas do nosso viver , tanto sorrir, tanto chorar, tanto criar para então destruir, tanto gerar para então consumir, tanto lembrar para então postergar, tanto amar...e/se deixar partir.

Confesso uma confissão de errante/errático fatídico, lamento a humanidade intolerante, lamento nossa humana sociedade no preconceito, lamento a ganância do acumular o que jamais se terá tempo de consumir, e, finalmente, lamento o atropelo das minhas palavras que teimam em dar um sentido correto, intrínseco do ser em obter o certo, em um tribalismo humano do justo, para este nosso mundo tão incoerentemente factual e incerto.

 PS: Ah,ah,ah...que venham os senões, dialogar é necessário!

 Curitiba, 07 de fevereiro de 2014, as 20:52.

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Quem sou eu

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Sou Nedi Nelson, como profissional abraço a contabilidade e nesta me realiza a auditoria; como pessoa sempre sublimei ler e escrever, a poesia é lugar comum, hoje vivencio o romancear; como hobby e paixão descobri as orquídeas, o estudo, o cultivo e por fim o descortinar de suas florações..e eis que minha alma transcende o poetar. Viver o entreabrir de uma orquídia me é palco sensível para deixar fluir o poema. A idéia é criar três seções específicas, uma para partilhar a palavra escrita, seja por meio de poemas, contos ou romance, estejam publicados ou não, que venham a ser publicados ou não; outra para cultuar, via fotografias e textos, as minhas orquídeas; e outra para falar de minhas viagens, via fotografias e textos, seja quando a trabalho nos contextos da auditoria, em minhas folgas, seja especificamente a lazer .

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