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quinta-feira, 15 de maio de 2014

COTIDIANO FACE 2


Minha sexta-feira passada, a noite, já no aeroporto em Floripa, para voltar para Poa, foi um daqueles dias para se apagar da memória, um telefone liberou um caos emocional dentro mim.

Patricia, minha filha mais velha me ligou para informar que a Alessandra estava internada e iria entrar em cirurgia devido a uma infecção relativa a útero e cia, e que a médica não tinha convicção alguma do que iria encontrar, pois os exames eram pouco conclusivos, que a situação era grave. Ora todos somos bombardeados dia a dia com notícias nada animadoras em relação as doenças em geral, principalmente em alguns casos e com as mulheres. Minha primeira reação foi de choque, fiquei apavorado, na sequência orei e depois, caneta, e utilizei as últimas páginas do livro que estava lendo, para escrever, tinha que fazê-lo, ou então uma sala de espera de aeroporto iria ficar consternada por ver um cidadão de cabelos quase brancos chorar copiosamente...de puro medo!

O texto abaixo é o somatório dos meus rabiscos...

                                                                                *

Há uma apreensão invadindo os meus sentidos, tudo que sempre pedi ao grande PAI,

foi...não me deixe assistir o sofrimento de um filho!

Rezo, aqui, confinado num aeroporto,

que as nuvens agourentas da dor

não baixem suas brumas nos caminhos de um filho!

 

Egoísta, eu sei! Mas não será um sentimento de todos nós, havendo dor,

que a mesma escolha outros horizontes,

e nos deixe fora das suas amarras.

 

Rezo, aqui, solidificado em medos,

a boa ventura de um alarme falso e cura,

me dê, PAI, a sintonia de um sorriso,

a candura de uma voz dizendo mansamente...

- Não foi nada pai, apenas um susto, esta tudo bem!

 

É com esta esperança habitando minha alma

e jorrando fé no meu coração,

que estou indo de encontro ao desconhecido.

 

Que Deus em sua bondade te mantenha incólume minha Fofa,

precisamos todos nós conviver com teus sorrisos, vívidos de energia única...tua alegria!

 

Deus permita que amanhã acordes em justa alegria,

espantando para longe estas horas de inseguras tristezas,

pois aos meus olhos te apresentarás como sempre,

amorosa e cativante,

irrequieta no ditames do teu destino,

acelerando os corações daqueles que te amam.

 

Acalenta, filha...Deus está te protegendo,  como sempre,

neste momento haverá de atender a prece de um pai,

 e nos dará imunidade nas transcendências desta realidade,

este será um pesadelo se esvaindo, findo,

pois pela manhã te encontrarei plena em tua serena beleza, e sorrindo!

 

                                                                                              *

 

O bom de tudo é que após um sufoco danado, já no domingo, as informações médicas foram mais tranquilizadoras, e minha filha se recupera, no final, ela estará sadia, sem sequelas.

Obrigado PAI, uma sacudida nos faz dar um valor imenso a vida!

  

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Quem sou eu

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Sou Nedi Nelson, como profissional abraço a contabilidade e nesta me realiza a auditoria; como pessoa sempre sublimei ler e escrever, a poesia é lugar comum, hoje vivencio o romancear; como hobby e paixão descobri as orquídeas, o estudo, o cultivo e por fim o descortinar de suas florações..e eis que minha alma transcende o poetar. Viver o entreabrir de uma orquídia me é palco sensível para deixar fluir o poema. A idéia é criar três seções específicas, uma para partilhar a palavra escrita, seja por meio de poemas, contos ou romance, estejam publicados ou não, que venham a ser publicados ou não; outra para cultuar, via fotografias e textos, as minhas orquídeas; e outra para falar de minhas viagens, via fotografias e textos, seja quando a trabalho nos contextos da auditoria, em minhas folgas, seja especificamente a lazer .

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