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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Cotidiano Face 11


Hoje, neste momento, estou em Santa Maria, já havia pernoitado na cidade na noite de terça-feira, mas, para tal, quando da chegada, enfrentei um congestionamento enervante  até chegar e ultrapassar a rotatória existente na rodovia São Sepé/Sta Maria, depois resolvi passar pelo centro da cidade, tudo trancado, motorista com nervos a flor da pele, tal qual qualquer cidade de porte médio pra cima neste país...pudera, com o governo que temos.

Na manhã seguinte, viajei, e nova tranqueira junto a uma rotatória, desta vez na rodovia que passa por Camobi, e com destinos outros, tanto como para o meu destino, Júlio de Castilhos.

                Mas não é sobre isso que quero escrever...afinal transito conturbado é lugar comum.

                Quero falar é da saudade imensa que me habitou quando hoje a tarde adentrei na cidade, já ao passar pelo viaduto do diabo (todo santamariense sabe a que viaduto me refiro) senti um quê de melancolia ao rever a bela paisagem do vale do campestre do Menino Deus.

                Nem podia ser diferente, afinal, apesar de já estar ausente da cidade a tantos anos, beirando os vinte, jamais consegui cortar o cordão umbilical que me liga a esta terra, pois aqui nasci, me criei, estudei, amei com todas as forças da juventude, cheio de sonhos e casei, tive maravilhosos filhos, sofri minhas perdas, ancorei meus dias devorando paixões e vivi com intensidade demasiada...

                Depois, por ter me permitido cometer erros quase fatais, no absurdo de ignorar todas as minhas defesas, afogando no niilismo da soberba e da obsessão o meu conhecimento, o discernimento e a minha inteligência, deixei-me usar... e parti!

                Quando volto, como agora, ainda que de forma passageira, e é por um motivo de alegria, o casamento de uma das filhas de um primo, sinto minha alma transbordar de carinho por esta cidade, então o sentimento revigora: ...amo Santa Maria!

                 Mesmo vivendo longe jamais vou querer arrancar minhas raízes das entranhas desta terra.

                Acompanhei, lamentei e me revoltei com as incontáveis tristezas vivenciadas nos noticiários, na tragédia da Kiss.

                Pois hoje a tarde passei diante do que restou da Kiss, constatei a imagem, as flores, as fotos, as mensagens, e, confesso, senti em meu espírito todo o  peso das angustiantes energias que permanecem como que sepultadas no local. Em minha epiderme tremores e arrepios ficaram transitando descompassados, acordando memórias ancestrais, que só cessaram quando lágrimas teimosas molharam meu rosto e pude dar vazão da imensa emoção que me habitava.

                Este, Santa Maria, é um fardo teu, e sendo teu, é nosso, daqueles que amam teu destino, pois tua dor só pode ser suportada se te alimentares com o amor dos que te habitam.

Ou, daqueles que, como eu, partiram mas te mantém viva nos seus corações.

                Insondável destino, te desejo Santa Maria, diante de tal tragédia, imunidade até o fim dos tempos, coloco a ti e aos teus nas minhas orações, que Deus te proteja!

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Quem sou eu

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Sou Nedi Nelson, como profissional abraço a contabilidade e nesta me realiza a auditoria; como pessoa sempre sublimei ler e escrever, a poesia é lugar comum, hoje vivencio o romancear; como hobby e paixão descobri as orquídeas, o estudo, o cultivo e por fim o descortinar de suas florações..e eis que minha alma transcende o poetar. Viver o entreabrir de uma orquídia me é palco sensível para deixar fluir o poema. A idéia é criar três seções específicas, uma para partilhar a palavra escrita, seja por meio de poemas, contos ou romance, estejam publicados ou não, que venham a ser publicados ou não; outra para cultuar, via fotografias e textos, as minhas orquídeas; e outra para falar de minhas viagens, via fotografias e textos, seja quando a trabalho nos contextos da auditoria, em minhas folgas, seja especificamente a lazer .

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