Este texto veio a tona na
última sexta-feira, quando estive durante oito horas em espera no aeroporto
Afonso Pena, em Curitiba, quando terminei a escrita, ao relê-lo, percebi que minhas
palavras estavam atropeladas de desacertos e fragilidades, consequência dos
ditames ultrajantes que colho nas nossas mal facetadas condições humanas. Hoje,
pensei comigo mesmo, deixe partir...
Então é ler, havendo paciência
e vontade, tentar entender o recado,
desde que seja o mesmo decifrado nas brumas das minhas complexidades hoje...continuo
definitivamente adentrando num terreno novo na minha vida, deixando para traz
tantas necessidades mediatas para me alimentar de calmaria e bom senso no simplismo daquele que me entendo
construído!
Mas o texto ainda me parece
encardido e aturdido em rupturas...mas, enfim, ei-lo absoluto na sua vontade,
me disse muito, talvez mais alguém decifre equivalências no bojo das minhas conjecturas.
*
Você já se fez uma pergunta: - se, nós humanos, somos
cabeças pensantes,
porque somos tão erráticos?...ou o termo correto seria
errantes?E, veja, não um errático/errante no sentido isolado do termo, não!
Opto por errante,
Um errante na amplidão maior que se possa dar ao termo...
Errantes na forma de nos relacionarmos com nossa própria
humanidade.
Quantas vezes passamos numa rua qualquer por um irmão atribulado
por necessidades quase plenas e o ignoramos,simplesmente seguimos em frente absolutos vivenciais dos nossos destinos,
e não é que deixamos passar em nossas mentes sentimentos condoídos, santa hipocrisia!
Errantes no nosso convívio com aquela que nos é tudo (sem
ela não há sobrevivência),
No momento em que aviltamos os contextos das suas doações
para conoscoquando mutilamos seus filhos naturais.
Pobre mãe terra!
Sua natura, maravilhosa essência, inconcebível ausência,
nos é vida,
mas ainda assim, por nada, ignorantes e destrutivos, ceifamos uma árvore sem
compaixão.E por acaso preservamos suas sementes? ...quem dera, somos daninhos,
nossa condição é pendular, e o pêndulo nos leva para a próxima árvore.
Errantes na nossa convivência com nossos irmãos irracionais...tão mais fiéis e amorosos que tantos de nós!
Alguns chamamos de nossos, noutros ceifamos a vida no saciar de fomes,
fosse apenas esta a tragédia e até obteríamos algum perdão, mas há uma perdição, extirpar é esporte de tantos nós. Haverá como negar? ...são momentos em que nos domina um lado obscuro, negro, e nos transformamos em assassinos daqueles que se rendem a nossa soberania sem nos entender, pudessem falar, certamente, diriam: - Porque? Porque matar simplesmente pelo prazer de matar, que idolatria te traz este troféu na parede da tua morada?
Errantes com nós mesmos, nos
nossos medos, nas nossas inseguranças, nas nossas soberbas, nas nossas
suficiências, ou deixamos a vida passar ao largo encolhidos em nossas conchas,
ou atropelamos o bom senso atribulando coexistências.
Estigmas do nosso viver , tanto
sorrir, tanto chorar, tanto criar para então destruir, tanto gerar para então
consumir, tanto lembrar para então postergar, tanto amar...e/se deixar partir.
Confesso uma confissão de errante/errático
fatídico, lamento a humanidade intolerante, lamento nossa humana sociedade no
preconceito, lamento a ganância do acumular o que jamais se terá tempo de
consumir, e, finalmente, lamento o atropelo das minhas palavras que teimam em
dar um sentido correto, intrínseco do ser em obter o certo, em um tribalismo
humano do justo, para este nosso mundo tão incoerentemente factual e incerto.
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