Existem tempos em que o ideal é metamorforsear-se,
se dar o direito de olhar a vida passar como se este tempo não lhe causasse perdas,
sequer extravios de horas...
Talvez, como se filme, numa tela em janela,
permanecemos acima das desventuras...meros observadores.
Ser perdulário com os dias que, se vividos,
só lhe trariam desassossegos...finitudes!
Penso...repenso,
e é como ajo...num pensamento quase trágico...viajo!
Quando percebemos na clareza exposta na retina de outros olhos
uma meia abstração...um jorrar de ganha tempo,
é preciso, sim, finalmente...partir!
Forrar uma estrada com o melhor do que já vivemos,
orquestrar nela os sons mais lindos que já nos emocionaram,
e coabitar um sonho que ainda persista, ainda que em brumas,
e se por a andar...
Este o retrato do dias que virão,
há uma ponderada busca me impondo o lugar exato,
em que haverei de me fazer destino.
Finalmente...
Há luz nesta concepção, um contexto apaziguador, como se estrela guia;
há paz neste reconhecimento,
por ser como sou...há alegria sem lamento,
tudo porque assumo minhas inquietações e as deixo escorrer por entre meus dedos,
para viver...viver na dimensão de projetar um novo amanhã.
Esgotou-se um tempo de espera...é tempo de renovação!
Videira/SC, 26/02/2015.